O que levar em consideração para o planejamento do manejo de novembro

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Olá amigo pecuarista! Hoje vamos falar um pouco sobre como aproveitar melhor o seu manejo sanitário, fazendo também um manejo zootécnico, onde você pode conhecer melhor os seus animais, os separar por categorias, e já realizar a pesagem para poder estipular prazos de vendas descobrindo o GMD (Ganho Médio Diário) de seus animais. Continue conosco, prossiga a leitura que vamos discorrer um pouco melhor sobre esse assunto.

Manejo de Vacinação

Já que estamos falando sobre como aproveitar melhor o manejo sanitário, nada melhor do que iniciarmos falando sobre as boas práticas de vacinações, como a boa preservação das vacinas, que quando adquiridas devem sempre ser de marcas confiáveis e sempre deve ser checada a data de validade, mantidas bem conservadas na geladeira.

É importante se atentar ao fato de que as vacinas precisam ser protegidas tanto do aqeucimento quanto do congelamento (caso congelem, as vacinas devem ser descartadas), sendo a temperatura ideal de conservação das doses entre 2ºC e 8ºC. Por isso, no dia da compra e ao ser levadas para o curral para a vacinação, as doses devem ser mantidas em caixa térmica com gelo ou placas térmicas.

As agulhas devem ser escolhidas conforme as orientações de tamanho e calibração, e serem bem esterilizadas em água fervente por 15 minutos, armazenadas em caixas de metal ou plástico, e trocadas a cada 10 doses aplicadas – descartando as agulhas simples, e separando para uma nova esterilização as agulhas reutilizáveis.

Importante: separe uma agulha exclusivamente para a retirada das doses da ampola. Ao fazer isso com uma agulha usada em um animal, você estará contaminando a ampola da vacina.

O manejo da vacinação é muito estressante para o animal. Ele vai estar em um espaço pequeno com uma grande quantidade de animais, passará pelo tronco, ficará preso e receberá a dose da vacina. Por isso – tanto para o bem dos animais, quanto para a retomada do ganho de peso vir mais rapidamente, quanto para a segurança de todos os peões – você deve fazer o máximo para que situações de stress desnecessárias sejam evitados.

A principal situação “evitável” é a pressa. Você pode ter muitos animais para vacinar e pode querer terminar logo, mas a pressa pode trazer falhas. Essas falhas podem ocasionar retrabalhos – que vão fazer com que você acabe gastando ainda mais tempo – e lesões nos animais, o que trará mais custos. Evite gritos no curral, conduza os animais ao brete com calma, dividindo os animais de forma com que não fiquem muito apertados e sem que fiquem esperando muito tempo pelo manejo. Após a vacinação conduza esses animais calmamente para seus pastos, para um local que possua sombra e disponibilidade de água. Preze sempre por um manejo calmo para não diminuir a imunidade desses animais com o estresse.

Tipos de vacinas

  • Subcutânea: para esse tipo de vacina, o melhor local de aplicação é próximo à tábua do pescoço, ou na paleta, puxando a pele para aliviar a tensão e aplicando a vacina de cima para baixo, abaixo da pele paralela ao corpo do bovino.
  • Intramuscular: devem ser aplicadas no musculo da tábua do pescoço (a musculatura da garupa deve ser evitada, por conta de risco de lesionar o nervo ciático do animal), aplicando a vacina a 4-5 cm de profundidade em um único golpe, firme e rápido.

Tenha cuidado nas aplicações para não lesionar o animal por conta de falta de higiene ou erros de aplicação, pois lesões podem causar descarte de partes da carcaça do animal, diminuindo o valor do mesmo. As vacinas não devem ser misturadas na mesma aplicação, a não ser que isso seja recomendado pelo fabricante, mas é possível administrar mais de uma vacina no animal alternando o local de aplicação, lembrando sempre de utilizar pistolas ou seringas diferentes!

Ao aplicar uma vacina utilizando seringa, uma dica é, após introduzir a agulha no animal, puxe levemente o êmbolo e verifique se há entrada de sangue na seringa. Caso houver, você está atingindo um vaso sanguíneo – ou seja, aplicando da forma errada. Se isso ocorrer, retire a seringa e repita a aplicação em outro local, repetindo o mesmo processo. Se não houver sangue na seringa, a aplicação está sendo feita no local correto.

Manejo Zootécnico

Nada melhor do que economizar serviço não é mesmo? Ainda mais quando estamos falando de manejos em curral, que normalmente sempre são estressantes aos animais e para os funcionários.

Pensando nisso, quando for vacinar seus animais ou fizer qualquer manejo sanitário, aproveite e faça também um manejo completo. Muitos pecuaristas de corte ainda têm o costume de realizar somente os manejos sanitários obrigatórios, e alguns fazem um manejo de pesagem no momento da saída do animal da fazenda. Entendemos que o manejo é trabalhoso e estressante, mas as vantagens de ter um controle sobre a produtividade do seu rebanho fazem valer a pena.

Como fazer isso?

Aproveitando o rebanho no curral, você pode fazer a identificação individual dos animais (você pode encontrar dicas de como fazer isso da forma correta nesse outro post) e a pesagem de cada animal, dividindo eles em lotes conforme o peso. Assim, você pode separar os animais com baixo ganho de peso para um lote específico, para tentar uma nutrição diferente, os animais de peso elevado em outro lote, os animais para descarte em outro lote, e assim por diante. Dessa forma você consegue acompanhar a evolução de todos os animais, garante uma maior produtividade para seu rebanho, e evita aqueles animais que consomem recursos de sua fazenda, mas que não conseguem dar uma contrapartida em ganho de peso, os chamados “bois-ladrão”.

Você pode ver mais dicas do que fazer para aproveitar ao máximo o manejo obrigatório baixando nosso e-book!

Calendário Vacinal

  • Febre Aftosa: O calendário é determinado pelo MAPA, normalmente 1ª etapa em Maio e 2º etapa em Novembro.
  • Raiva Bovina: A vacinação da Raiva é feita em regiões onde possuem colônias de morcegos hematófagos, englobando todos os animais existentes na fazenda. A aplicação da vacina é anual e engloba animais de todas as idades, normalmente sendo duas doses iniciais com espaço de tempo de 30 dias e depois repetidas anualmente.
  • Botulismo: A vacinação é feita em regiões onde há sua ocorrência. Normalmente recomenda-se o uso de duas doses iniciais com quatro a seis semanas de intervalo de tempo e depois anualmente em todo o rebanho.
  • Brucelose: A vacinação é feita em dose única e somente em fêmeas entre 3 e 8 meses de idade.
  • IRB/BVD: Recomenda-se a vacinação aos três meses de idade, com reforço após quatro semanas e revacinação anual em dose única. É importante vacinar os animais em reprodução um mês antes do início da estação de monta.
  • Clostridioses: Deve ser feito em todos os animais por conta da impossível erradicação dos esporos e da alta letalidade, a primeira dose é recomendada a partir dos dois meses de idade com reforço 30 dias depois em bezerros filhos de mães vacinadas. Caso a mãe não tenha sido vacinada e a região seja de alto desafio, a primeira dose pode ser feita com duas semanas de idade, e o reforço após 30 dias. Neste caso é recomendado fazer a revacinação aos seis meses e revacinar todos os animais anualmente.
  • Leptospirose: A primeira dose da vacina deve ser aplicada entre quatro e seis meses de idade, com reforço após quatro semanas. Todo o rebanho deve ser vacinado a cada seis meses ou em intervalos menores, a critério do médico veterinário.
  • Botulismo: A vacinação contra o botulismo é feita em regiões onde haja sua ocorrência. Geralmente recomenda-se o uso de duas doses iniciais com quatro a seis semanas de intervalo e a seguir uma dose anual em todo o rebanho.
  • Vermifugação: Maio, Junho e Setembro todo o rebanho, e os bezerros também em dezembro.

EMBRAPA

Treinamento do Pessoal

Procure sempre que possível passar informações sobre os manejos, incluindo o sanitário, buscando evoluir o conhecimento desse tipo de manejo com o seu time operacional. Busque sempre discutir com os funcionários a respeito de programas sanitários em execução e futuros manejos, tirando as dúvidas de cada um e dando noções básicas, fazendo com que a equipe da propriedade se comprometa com os resultados, refletindo assim na qualidade da produção que futuramente será o seu lucro!

Uma outra forma de agilizar em muito seu manejo, e reduzir o stress do seu rebanho durante o processo é utilizar uma plataforma de gestão capaz de automatizar a captação dos dados no curral. A AGROJEM, lá do Tocantins, tinha uma média de 500 animais pesados e vacinados por dia antes da implantação do JetBov. Segundo o Célio (o depoimento dele você pode ver aqui), esse número passou para 800 logo no primeiro manejo depois da implantação.

Quer mais dicas sobre como aumentar a produtividade e a lucratividade na pecuária de corte? Então fique de olho nos próximos posts do blog Pecuária do Futuro, o blog da JetBov!

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