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Seja para abastecer o mercado interno ou externo, a pecuária de corte é setor de destaque no agro brasileiro
Décadas de investimentos em genética, tecnologia e manejos adequados tornaram o Brasil o que é hoje: o maior produtor de carne bovina do mundo. Todo esse investimento ao longo dos anos resulta não só em quantidade, mas, principalmente, na qualidade daquilo que chega às nossas mesas.
Com essas características, o produto brasileiro se tornou cada vez mais competitivo, chegando ao mercado externo e integrando o portfólio de produtos que fazem a diferença na balança comercial brasileira.
A pecuária – ao lado da agricultura – começou a ser organizada no país a partir do Plano Real, que trouxe estabilidade econômica na década de 1990.
Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o Brasil produz cerca de 10 milhões de toneladas de carne bovina dos mais variados cortes, dos quais 20,8% são negociados com centenas de diferentes países.
Cortes bovinos
O setor de carnes oferece uma grande variedade de opções, de sabores e de preço. Dessa forma, é possível encontrar cerca de 21 cortes de carnes de bovinos, entre os considerados de primeira e de segunda. O que define essa classificação são os próprios cortes, tendo em vista que a idade do animal e sua alimentação até o momento do abate influenciam aspectos como o nível de maciez da carne.
Assim, alguns cortes são mais recomendados para determinados pratos ou modos de preparo. Para assar, por exemplo, os mais indicados são rosbife, bisteca com osso, picanha, maminha, coxão, lagarto, patinho e ponta-de-costela.
Para refogar ou ensopar, cupim, acém, bisteca, capa de filé, filé de costela, tutano, rabo, ponta de agulha, peito, aba de filé e a carne moída estão entre as melhores pedidas. Para fritar, caem bem o contrafilé, patinho, coxão mole, alcatra e o adorado filé mignon.
Além desses cortes mais tradicionais, há um não tão comum mas bastante apreciado: a carne de vitela. Normalmente, são bezerros de raças leiteiras os destinados para a produção de vitela e, por serem ainda muito jovens no momento do abate, têm uma carne extremamente macia e suculenta.
Mercado Premium
Um nicho que ganha cada vez mais força entre os pecuaristas é o de carnes nobres. Alguns cortes de carne tem um custo mais elevado que os demais, como é o caso da picanha e filé mignon, por exemplo.
Porém, dependendo da raça do animal, esse custo pode ser ainda maior. Isso se deve ao fato de que o manejo de certos animais precisa ser mais específico e cuidadoso, como é o caso da raça Wagyu.
De origem japonesa, essa raça produz a carne considerada a mais macia do mundo – e também a mais cara – , o famoso Kobe Beef. Em alguns lugares do mundo, como no Japão, um quilo dessa carne pode chegar a custar a bagatela de R$ 2 mil reais.
Isso se deve ao alto nível de marmoreio – gordura insaturada (saudável) entremeada às fibras. Mas, para atingir esse patamar de marmoreio, é necessário um manejo diferenciado que inclui desde massagens até ambientes de criação com trilha sonora de música clássica.
Apesar de não ser ainda uma raça muito comum no Brasil, o Wagyu já encontra espaço de criação em estados como Rio Grande do Sul e São Paulo. A maior parte dessa carne, que precisa de uma desossa especial, tem como destino as chamadas boutiques de carne e restaurantes sofisticados.
Além disso, a raça também é utilizada para cruzamentos com o objetivo de melhorar a carne de outras raças como Angus, que já são consideradas excelentes pelos amantes de carne bovina.
Outro corte bastante popular é o baby beef, tradicional também na Argentina e no Uruguai. Esse corte consiste no miolo da alcatra e, apesar de ser relativamente popular, também é considerado parte do grupo de carnes nobres.
Dessa forma, a maior parte da produção nacional de carne bovina – cerca de 80% – é para abastecer o mercado interno. Mesmo assim, em 2019, o país se tornou o maior exportador da proteína, tendo como principal destino a China. Assim, as exportações são essenciais para escoar a produção e movimentar o mercado, principalmente em época de crise, como o momento delicado gerado pela pandemia do Covid-19.
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