Brincagem do Gado: Inovações na Identificação Animal para Pecuária de Corte

Tempo de leitura: 7 minutos

Na pecuária de corte, a identificação individual dos animais desempenha um papel crucial na gestão eficiente e na garantia de rastreabilidade, que são pilares fundamentais para a sustentabilidade e o sucesso econômico das fazendas. 

A prática de identificar cada animal de forma única facilita o controle sanitário, o monitoramento de desempenho, e também agrega valor ao produto final, assegurando a conformidade com exigências de mercado e regulamentações internacionais.

Com o avanço da tecnologia, os métodos de identificação animal têm evoluído significativamente, oferecendo soluções que vão além das práticas tradicionais e proporcionando benefícios adicionais que impactam diretamente na produtividade e na saúde dos rebanhos, como a integração dessas tecnologias com sistemas de gestão que podem transformar a administração das fazendas, garantindo maior eficiência e precisão nas decisões estratégicas.

Métodos tradicionais de identificação animal:

Tatuagens

Tatuagens são marcas permanentes aplicadas no interior das orelhas dos animais, geralmente com tinta especial e números.Não podem ser removidas ou perdidas, garantindo identificação ao longo da vida do animal. Relativamente baratos em comparação com outras formas de identificação. 

No entanto, são difíceis de ler à distância e podem exigir contenção do animal para visualização. Além disso, o processo de aplicação pode ser doloroso e estressante para o animal. 

Marcas a Fogo e a Frio

Consiste em aplicar marcas permanentes na pele dos animais utilizando ferro quente ou frio. Extremamente duradouras, dificilmente removíveis ou alteráveis. Visíveis à distância, facilitando o reconhecimento em campo aberto. 

No entanto, causam dor significativa e estresse ao animal durante a aplicação e podem causar cicatrizes permanentes que afetam a estética do couro. 

Brincos de Identificação

Brinco simplesBrincos de identificação são etiquetas colocadas na orelha dos animais. São relativamente baratos e fáceis de aplicar. Facilmente visíveis e permitem identificação rápida. 

Embora possam ser perdidos ou danificados em pastagens densas ou casos de brigas de animais, é uma das opções mais seguras, quando aplicados corretamente.

Os três métodos tradicionais apresentados dependem exclusivamente do manejo humano, dependendo de um manuseio mais trabalhoso e que leva mais tempo. Além disso, a necessidade de acompanhamento por um humano deixa margens para erros no registro dos dados.

Brinco SISBOV

O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV) é um sistema nacional que visa garantir a rastreabilidade dos bovinos e bubalinos no Brasil, desde o nascimento até o abate. Este sistema é essencial para atender às exigências dos mercados internacionais, especialmente os que demandam informações detalhadas sobre a origem e o manejo dos animais.

O SISBOV estabelece critérios específicos para que os produtores possam certificar seus animais. Para a elegibilidade, é necessário que:

Cadastro da Propriedade: A propriedade deve estar registrada no SISBOV, com informações completas sobre o produtor e a localização da fazenda.

Identificação dos Animais: Todos os bovinos e bubalinos devem ser identificados com brincos numerados especiais SISBOV. Cada animal recebe um número único, que será utilizado para rastreamento ao longo de sua vida.

Documentação: É necessário apresentar documentos que comprovem a origem dos animais, como notas fiscais de compra e venda, registros de nascimento, e certificados sanitários.

Registro de Movimentação: Todas as movimentações de entrada e saída de animais da propriedade devem ser registradas, incluindo vendas, transferências, abates e mortes.

Monitoramento Sanitário: Manutenção de registros detalhados sobre vacinação, tratamentos veterinários e outras intervenções sanitárias realizadas.

O processo de certificação envolve a auditoria desses registros por uma entidade certificadora credenciada, que verifica a conformidade com os requisitos do SISBOV. Uma vez aprovados, os animais recebem um certificado que atesta sua rastreabilidade e conformidade com as normas.

Inovações na Identificação Animal:

Chips Eletrônicos (RFID)

Chips RFID são pequenos dispositivos que armazenam informações digitais sobre o animal. Eles estão disponíveis em três formatos: implantados subcutaneamente, integrados em brincos ou através do Boulos intra-ruminal, um artefato de cerâmica que é engolido pelo animal. 

Os chips RFID (Identificação por Rádio Frequência) podem ser lidos rapidamente por dispositivos de leitura eletrônica (bastões) e balanças eletrônicas, integrando os dados automaticamente à sistemas de gestão,  facilitando o gerenciamento de grandes rebanhos. 

Se aplicado aos brincos, possuem a mesma desvantagem diante da possibilidade de serem perdidos ou danificados em pastagens densas ou casos de brigas de animais, no entanto, ainda é uma das opções mais seguras, quando aplicados corretamente.

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No caso da implantação subcutânea, o chip pode migrar para outras partes do corpo do animal, dificultando a recuperação após o abate.

Já a opção do Bolus intra-ruminal é a que apresenta menos inconvenientes, pois fica alocado no retículo, tendo baixas taxas de perdas e com recuperação fácil após o abate.

A principal resistência dessas novas tecnologias é o custo superior às técnicas tradicionais. No entanto, o uso de tecnologias na identificação dos animais pode impactar a produtividade da fazenda, através de uma gestão de índices zootécnicos mais precisos e tomada de decisões mais assertivas, gerando maior lucro ao final do ciclo.

Benefícios da integração com sistemas de gestão para a tomada de decisões estratégicas:

A integração dessas tecnologias com sistemas de gestão traz uma série de benefícios para a tomada de decisões estratégicas nas fazendas. Com a centralização e a automação dos dados, os gestores podem identificar rapidamente tendências e padrões no rebanho, como a eficiência alimentar, taxas de produtividade, e a incidência de doenças. Essa precisão e agilidade na análise de dados permitem ajustes mais rápidos e eficazes nas práticas de manejo, resultando em melhor lucratividade. 

Como as novas tecnologias de identificação se integram com sistemas de gestão de pecuária, como o da JetBov:

As inovações em identificação animal, como os brincos eletrônicos RFID e os bolus intra-ruminais, não apenas facilitam a identificação individual dos animais, mas também se integram de forma eficaz com sistemas avançados de gestão de pecuária de corte. 

Por exemplo, a integração com o sistema de gestão da JetBov faz com que os dados coletados no manejo sejam registrados automaticamente na ficha individual dentro do aplicativo de campo. Com isso, pecuaristas têm acesso em tempo real a dados essenciais, como o histórico de saúde, desempenho e localização dos animais.

Aplicativo JetBov de CampoEm seguida, esses dados são automaticamente sincronizados com a plataforma web, permitindo que o produtor acesse gráficos e relatórios personalizados sobre o desempenho de seus animais, e tome decisões mais assertivas, impactando na lucratividade do seu negócio.

Além disso, através do aplicativo JetBov do Gestor, o produtor consegue acessar os principais gráficos da fazenda pelo próprio aplicativo, e também cadastrar tarefas para os colaboradores de campo, agilizando a ação após a tomada de decisão. No app do gestor o pecuarista conta com o auxílio da Jay, a assistente de inteligência artificial da JetBov, com a qual pode conversar através de mensagens de áudio e texto, e acessar essas informações, além de conteúdos relacionados ao uso da JetBov e termos técnicos da pecuária.

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