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É de extrema importância que o pecuarista que opta pela suplementação com ureia na pecuária de corte, saiba realizar esse manejo da forma adequada e oferecendo ao gado a quantidade correta, uma vez que, quando feita da forma incorreta, esse procedimento pode gerar prejuízos aos animais do seu rebanho.
Primeiramente, o que é a ureia?
A ureia é denominada como nitrogênio não proteico (NNP) e cada vez mais vem sendo utilizada devido a seu baixo custo e sua eficiência na alimentação dos animais, visto que, se ofertada corretamente, auxilia em uma melhor produtividade sem afetar a saúde dos mesmos. Logo, a ureia é uma fonte de proteínas utilizada na maioria das dietas dos ruminantes.
A ureia é uma opção utilizada pelos pecuaristas principalmente nas épocas de seca, quando os pastos obtêm baixas taxas de crescimento e teor de proteínas.
Sendo assim ela pode ser ofertada em variados tipos de alimentação como por exemplo a silagem, cana de açúcar, concentrados, forragem picada, etc.
Quais problemas podem ser causados pelo consumo da ureia?
Embora existam vantagens claras, é preciso cuidado na utilização de ureia na dieta do rebanho, pois, se feito de forma incorreta, esse manejo pode gerar intoxicação nos animais.
O ciclo da ureia dentro do animal acontece da seguinte forma:
- A ureia é degradada no rúmen e se transforma em amônia;
- A amônia é absorvida pelas paredes ruminais, chegando à corrente sanguínea;
- Através da qual, a amônia chega no fígado, que a metaboliza, transformando-a em ureia novamente.
A intoxicação é causada quando, devido a altas quantidade de ureia incluída na dieta do animal, há uma quantidade a mais de amônia no sangue, fazendo com que o fígado seja incapaz de metabolizar.
Alguns fatores podem estar relacionados com grandes problemas causados pela ureia, como a falta de uniformidade na hora da mistura nas rações, ou mesmo a oferta de dose em níveis não recomendados. Todas essas possibilidades tendem a causar a intoxicação aguda no rebanho.
Sintomas da Intoxicação
Quando os animais consomem a ureia de forma indevida, o período para começarem a surgir os sintomas é de 20 a 60 minutos.
Eles costumam apresentar bastante agitação, uma respiração ofegante, apresentando tremores na musculatura e falta de coordenação, devido ao fato de que as células da amônia migram para o sistema nervoso. Existe também um excesso de salivação e até mesmo timpanismo.
O que fazer em caso de intoxicação por ureia?
É recomendado a utilização de ácidos, como o vinagre ou ácido acético, para o tratamento. Isso faz com que o pH do rúmen dos animais diminua, assim como os efeitos gerados pela hidrólise da ureia, gerando uma absorção pelo apitéio de forma moderada.
Além disso, é necessário aumentar o índice glicêmico dos ruminantes, aplicando glicose em suas veias, e ofertar de 20 a 40 litros de água gelada por animal.
De forma a evitar ou prevenir esse tipo de intoxicação, a adoção de um adequado período de adaptação do animal ao consumo de ureia é imprescindível. Para tanto, deve ser considerado o nível de fornecimento da ureia, devendo o aumento ocorrer de maneira gradual.
Recomendações para o uso da ureia
A ureia deve ser incluída na mistura de forma homogênea, e deve ser incluída todos os dias na dieta do animal, sem intervalo, pois caso contrário seria necessário um novo período para o animal se adaptar.
Para o armazenamento dos sacos de ureia, recomenda-se alojar em ambiente arejado e seco, empilhando- os em tabuados de madeira, evitando contato com o chão e animais, como por exemplo ratos. Se as condições desse armazenamento forem boas, o prazo de validade dos sacos de ureia é em torno de 3 anos.
É necessário manter os cochos em coberturas e com furos para drenagem de água e jamais usar ureia dissolvida em água para os animais beberem.
Sempre tenha um profissional técnico que acompanhe a propriedade e suas condições para fornecer o melhor método para sua adequação.
Cuidado com animais jovens, eles não têm o rúmen com total desenvolvimento e o fornecimento de ureia pode ocasionar problemas.
Além do mais, diante de algumas pesquisas, recomenda-se que para o fornecimento da ureia, seja incluída apenas 1/3 da quantidade total calculada durante a primeira semana. Assim, as quantidades vão se adequando, aumentando proporcionalmente até resultar em uma quantidade final. Caso haja uma interrupção de pelo menos 3 dias na oferta de ureia, é necessário que eles passem por um novo período de adaptação.
O uso da ureia é uma viável ferramenta na substituição parcial da proteína verdadeira na alimentação dos animais ruminantes. Quando feita com êxito, os custos serão reduzidos, gerando uma maior eficiência dos diversos sistemas produtivos que a utilizam. No entanto, o seu uso deve ser feito com grande cautela e responsabilidade.
Fazer uso de uma plataforma digital de gestão para pecuária de corte como a JetBov, auxilia no planejamento e monitoramento da suplementação, assim como no acompanhamento da evolução de peso dos animais.
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