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Com a chegada do período de nascimento nas propriedades de pecuária de corte, sabemos que também vem junto a preocupação sobre qual o manejo correto que devemos adotar com os animais até o seu período pós-desmame. E para diminuir essa preocupação, nada melhor do que termos o conhecimento a respeito dos manejos necessários e corretos que devemos realizar nesse momento. Por isso, confira neste artigo, os mais importantes cuidados no pré e pós-desmame de bovinos.
Principais cuidados no pré e pós-desmame de bovinos
Os cuidados com o animal que vai nascer, vêm bem antes do seu nascimento, têm início com a vacinação das mães contra diarreia neonatal, clostridioses e doenças reprodutivas, cerca de 8 a 4 semanas antes do parto, com a finalidade de gerar uma resposta imunológica nessas mães, a fim de que ela produza anticorpos contra essas doenças e consiga passar para sua cria via colostro.
Ou seja, é de extrema importância garantir a boa colostragem das crias, se certificando que elas realizaram a primeira mamada logo nas primeiras horas de vida, pois a absorção de imunoglobulinas pela cria só é eficiente até 6 horas após seu nascimento, e quase nula após 12 horas. Por isso a importância de garantir a ingestão do colostro pelas crias logo nas primeiras horas de vida, ato que se torna mais fácil quando transferimos as mães para um piquete maternidade quando estão próximas de parir.
Suplementação das crias
Outra precaução muito importante após a etapa da colostragem, é o cuidado com a suplementação das crias. Após os 3 meses de lactação, a quantidade de leite produzida pela mãe começa a decair, sendo insuficiente para nutrir bem a sua cria para ela entrar na próxima fase já com um bom peso.
Além de que sem a suplementação desses animais, seria possível desmamá-los apenas entre 6 e 7 meses de idade, fator que pode trazer dificuldade para a vaca conseguir gerar uma nova cria saudável e manter seu bom escore corporal, para que não atrapalhe sua vida reprodutiva futura. Então a suplementação das crias logo após o nascimento, traz a vantagem de acelerar o desenvolvimento do rúmen, principalmente quando fazemos o uso de rações peletizadas, e ao acelerar o desenvolvimento do rúmen, isso faz com que esse animal consiga começar a ingerir pasto mais cedo. Essa técnica também acelera o desenvolvimento do animal, e transfere o mesmo para a próxima fase da recria com um peso mais alto que o de animais os quais não foram empregadas tal técnica.
Com o fornecimento de suplementação para essas crias, também conseguimos realizar o desmame precoce, por volta de 3 a 4 meses (mas continuando com a suplementação até no mínimo 6 meses), quando boa parte dos nutrientes necessários para esses animais já não são necessariamente provenientes do leite. Além de possibilitarmos para a mãe uma melhor condição corporal, fazendo com que ela não desvie mais a energia da sua dieta para lactação, e assim seja possibilitado a essa matriz um melhor escore corporal, e consequentemente melhor condição reprodutiva.
Devemos nos atentar que a suplementação das crias deve ser feita de forma planejada, seja ela para conseguirmos crias mais pesadas para venda ou para confinamento, e realizar abate com pouco mais de 12 meses, ou para realizarmos desmama precoce, para não desgastar demais o escore corporal da matriz. Ou então para acelerar o desenvolvimento do rúmen dessa cria, e consequentemente o seu desenvolvimento por inteiro, possibilitando assim o consumo de pasto mais cedo, mas continuando com a suplementação na próxima fase, pois se não tivermos em mente nenhuma dessas estratégias e realizamos um creep-feeding apenas por realizar, e não continuarmos este trabalho posteriormente, e na próxima fase soltarmos esse animal no pasto sem nenhuma suplementação, todo o investimento com o creep-feeding será diluído nesse período a pasto sem suplementação. E só iríamos ter tido um gasto a mais desnecessário, por isso é aconselhável sempre realizarmos essas estratégias com um planejamento bem definido.
Desmame de baixo impacto para cria
O desmame pode ter um impacto menor quando a cria é separada da mãe e transferida para um pasto ao lado ao da mãe, pois é possível o bezerro ver a mãe. Mas a cerca deve ser bem resistente e com boa elevação, impossibilitando os animais de pularem ou atravessarem, e também impossibilitando que o bezerro consiga mamar. Nesta técnica de apartação, é possível notar um melhor desempenho nas crias em comparação das crias que são apartadas para pastos distantes, já que essas vocalizam mais, comem menos e muitas vezes se machucam tentando encontrar a mãe.
Atenção para um bom manejo sanitário
Outro ponto essencial para uma boa vida produtiva desses animais é o bom manejo sanitário, desde o pré-parto com a transferência da mãe para um piquete maternidade, uma vez que esses animais nascerão em um local seco, sem grande possibilidade de contato com agentes patogênicos que possam causar diarreias ou doenças, como ocorre com maior frequência em ambientes úmidos, por isso é sempre importante manejar esses animais em pastos sem áreas úmidas.
Também devemos realizar a cura do umbigo com iodo a 10%.Deve-se colocar esta solução em um recipiente com cerca de 3-4 dedos de medida desta solução, e embeber o umbigo do animal por cerca de 3 minutos. Deve-se repetir esta ação todos os dias durante 5 dias. É importante vacinarmos as crias com vermífugo de longa ação, para prevenirmos morte de animais por complicações com parasitas e realizar as vacinas contra raiva, clostridioses, aftosa a partir do 3º mês de vida do animal; e conforme a data orientada pelo órgão responsável de cada região, brucelose nas fêmeas entre 4 e 8 meses, além de realizar a marcação na parte esquerda da face desses animais. A vacinação contra paratifo, pasteurelose, salmonelose e IBR e BVD também podem se fazer necessárias em certas regiões do país, e elas reduzem bastante a perda de animais, ou gastos por conta de complicações com essas doenças.
Atente-se para os cuidados no pré e pós-desmame!
Ao seguir todos os passos aqui informados, sobre cuidados no pré e pós-desmame, e sempre que identificados animais doentes transferir esses para piquetes separados, para não haver a disseminação de alguma doença para os outros animais, e tratá-los de forma correta, certamente as etapas de pré-nascimento e pós-desmame serão bem sucedidas, e será possível conseguir produzir animais que terão uma boa vida produtiva.
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